quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Desordem




Sente-se! Vamos conversar um pouco.
Não se preocupe com colóquios e o emprego da palavra perfeita...
Não represente personagens abstratos...
Não se apoie em sentenças enaltecedoras de egos...
E se quiser, também, não precisa falar nada.
Nossa conversa será no esquecimento, onde não precisa ordem.
Afinal, ordem ficou para os que lembram, e nós não temos sanidade
suficiente para isso.

O que conversaremos logo esqueceremos, portanto não reprima, não tenha medo, e
Não comungue fé, até porque nós não a temos.
Expresse-se da forma mais eloquente e absurda que possa parecer.
E quando te perguntarem se és louco, pergunte se são loucos em perguntarem
tamanha loucura .

Não se abstenha...
Ao fim da nossa conversa voltaremos ao mundo das lembranças,
à realidade, e então nunca nos veremos, nunca nos conheceremos,
e nunca saberemos o que aconteceu. Porque a nossa estadia foi no esquecimento,
onde a normalidade é apenas uma ilusão boba e estéril.

“É pelo peso da montanha que sabemos o tamanho do inferno.”


Elmo da Vinci Zaratustra

2 comentários:

Crisneive Silveira disse...

A normalidade é uma desordem louca em que estamos acostumados.

Escritor de Rua disse...

Falou tudo.
Estou a seguir

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